O que fazer quando nos decepcionarem?
"Suportando-vos uns aos outros, e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também." (Cl 3.13)
O nosso coração não é de ferro para ser constantemente abatido sem ser destruído.
Temos sentimentos, temos uma memória, temos uma história.
Logo não é tão simples esquecermos as ofensas e ignorarmos as decepções. Aliás, é impossível não lembrarmos dos momentos em que fomos gravemente feridos por alguém, especialmente por alguém que amamos (ou que amávamos) ou em quem confiamos (ou confiávamos).
A decepção é um forte sentimento que surge na nossa alma a partir de uma lembrança ou de um pensamento que nos traz angústia e frustração. Duvido que haja um ser humano normal que nunca se sentiu assim. Nem mesmo nós, cristãos, estamos imunes a esse sentimento.
Mas a pergunta que fazemos é:
O que fazer quando nos decepcionarem?
A minha resposta é simples:
Chore. Desabafe. Mas no lugar certo e com a pessoa certa. Meu conselho é que você faça como Jesus no Getsêmani, derrame seu pranto diante do Pai, sempre com a sua Bíblia nas mãos, porque nela você encontrará exatamente o que precisa.
Esse momento de intimidade com Deus impedirá que nasçam raízes de amargura no seu coração.
E tem mais...
A Bíblia nos orienta a não tentarmos prosseguir sem antes resolvermos o passado. Então escolha com a ajuda do Espírito Santo o momento oportuno para você pedir perdão àquela pessoa que te magoou. "O que? Como assim? Não fui eu que errei!". Eu sei, mas o Evangelho genuíno (ignorado por muitos hoje em dia) nos ensina que a iniciativa para o perdão não precisa partir apenas do lado que ofendeu, mas daquele que foi ferido também.
Foi isso que Deus fez. O homem errou, traindo o Criador, porém a inciativa do perdão não partiu do ofensor, mas partiu de Deus, Aquele que nunca errou.
Quando as pessoas que eu mais amo me decepcionam, eu olho para a Cruz. Lá está a minha memória, lá está a minha história, lá está a vitória sobre o meu pecado, minhas dores, minhas decepções. A Vitória conquistada por Aquele que não está mais lá pregado. A Vitória que esmaga as ofensas, destrói as mágoas e restaura o meu coração. A Vitória que me deu de graça o perdão para que, pela mesma graça, eu possa perdoar uma, duas... sete... setenta vezes sete vezes...